sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Piada pronta

Dia de princesa, maquiagem, lingerie branca, vestido também e, por último, véu e grinalda. Sonho para tantas. Para mim não passa de uma piada pronta. Imagina só, se olhar no espelho, toda preparada pra cometer o mais desnecessário dos rituais. Assinar um papel para provar pro mundo inteiro que você, agora perante a lei, não se pertence. Sério. Para quê?

Acho que no dia do meu casamento, das duas uma: ou eu vou ter uma crise de tosse bem na hora que o padre fizer a pergunta clássica "se alguém for contra esta união..."; ou quando meu noivo disser "sim", vou acrescentar em alto e bom som "PERDEU PREYBOY".

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Abrindo o coração little girl

Houve aquele dia que não deveria ter existido, aquele momento de pensamento errado, a hora que não consigo nem lembrar que dá uma vontade de chorar.









Perdi você, me perdi nos meus próprios pensamentos, me afundei de uma tal forma que nunca mais consegui renascer florescendo, apenas renascendo. Percebe a diferença? É aquela velha história das horas se arrastarem sem fim, como se nada fosse real, apenas acontecia com sua presença.

É uma saudade enorme que mal cabe no peito, que ocupa todos os sonhos e acordo sem ar e novamente a vontade de chorar. É incrível, como pode todas as minhas boas lembranças serem relacionadas a você a imagem da felicidade ser representada pelo seu rosto, que nem Jesus é loiro e de olhos azuis, a felicidade é branca com olhos fundos e sorriso sem graça.

Não sei mais o que acontece na sua vida, não sei mais quem você é, como você lida com as adversidades, ainda briga com os pais? Ainda precisa de alguém pra te acalmar e te escutar, que era o meu principal papel, e sim, eu adorava, como adorava.

Te encontrar nos lugares que íamos juntos, as pessoas que conhecemos juntos, é muito estranho. Lembro do dia, na verdade vários dias que me peguei no mesmo ambiente que você, no mesmo show, na mesma mesa, mesmos amigos, com a diferença que não nos pertencemos mais, não somos mas aquela dupla de apaixonados, talvez só eu permaneça um individuo apaixonado.

Agradeço por nossos lugares terem sido destruídos, casa de amigos, casa de família, festivais, festas, agradeço por não ter que conviver mais com essas lembranças em frente a meus olhos, mas do que adianta? O filme está todo na minha cabeça, as nossas cenas não são apagadas como eu gostaria.

E o desespero? Tirar cartas mentalizando a sua volta e o seu amor, procurar seus amigos para, acredite se quiser, ouvir o seu nome, ou ter a possibilidade de encontrar o seu cheiro, ou notícias que demonstrem que você ainda sabe que existo.
Queria que as coisas fossem diferentes, queria ter dado valor antes de ter perdido, não consigo perder minha esperanças por mais que elas me sufoquem as vezes, são as mesmas que me dão força pra continuar.

Eu posso dizer que realmente te amo já que o tempo real passa mas pra mim, você ainda vai estar me esperando na porta do colégio.

Dona Flor e seus mil maridos.

Não quero alguém pra vida toda. Não o mesmo alguém. Não quero alguém que permaneça estático diante da necessidade de mudar. Não quero. Não sei o que quero. Mas isso, isso eu não quero. Quero o cara que tenha múltiplas facetas. Que desista de algumas, depois volte a assumí-las. Que assuma algumas, depois volte a deixá-las. Não quero um único homem. Quero vários em um só.

Tá na hora de mudar

RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL RAUL

Vomitar palavras é a melhor maneira de se livrar do enjôo.
E não estamos falando de estômago aqui.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Monólogo

- Eu te amo, és a coisa mais importante da minha vida.

(E? Não dá pra ver quão pouco isso significa? Falar é sempre muito mais fácil do que agir. Não dá pra perceber que eu preciso de emoção, já que passo tanto tempo a teu lado deverias ser a pessoa que me proporciona momentos mágicos, inesquecíveis, frio na barriga, explosão de euforia. Fazer achar que eu realmente não estou apenas passando nessa vida, e sim sentindo tudo que ela pode me proporcionar, tudo que eu posso devorar. Se sentir amada é um desafio nessa sociedade tão insegura, mas tens que vencê-lo, usar até a última gota de energia a mim, tua musa, apenas para me surpreender e achar que eu não preciso de mais nada. Ter histórias pra contar a nossos filhos, ou apenas meus,que seja... E no fim do dia, após ter me surpreendido com tanta devoção e tentativas de arrancar meus sorrisos, enfim poder fazer jus a suas palavras de amor e de importância.)

- Glup. (engolida a seco)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Linha - Pequenos pensamentos inúteis

Vida de Cinema

Sinto-me participante de filmes diários, moradora de inimagináveis lugares, mil romances a moda antiga e futuristas também. Fictício, todos fictícios, porém não descartáveis.
Não sei se é loucura ou fuga da realidade (que para alguns se encaixa em loucura também), ou se é a coisa mais normal do mundo, com todos os moradores da terra se imaginando nas mesmas situações. Você é assim?

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Nascemos e morremos (sós)

As pessoas são ridículas, eu mais ainda, assumo devido a anos de treinamento da minha grande autocrítica. Tenho mil amigos e ao mesmo tempo são tirados de mim devido ao meu gênio, é difícil assumir, mas entendi que amigos nunca duram pra sempre, devido aquele velho papo que eles podem fazer coisas que te desagradam sem a intenção de te desagradar, mas enfim, eles não vivem em sua função e não tem nada que vá mudar isso, até porque você mesmo não pode os agradar todo tempo e no meu caso, os agrados estão tardios e sem sentindo. O grande sentido de tudo é aceitar nascemos sós e morreremos sós e que temos a oportunidade de escolher as pessoas que vão tornar esse intervalo mais belo e com a impressão que você não é um indivíduo.

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Ferramentas

É muito difícil, leva tempo, requer paciência para enxergarmos nosso próprios defeitos e aceitá-los. Porém quando nos deparamos com pessoas com defeitos irritantes, dá vontade de consertar nós mesmos e aos outros.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Moriafagia

Vou virar vegetariana. Não, vegetariana não, porque odeio esses rótulos/títulos que te colocam em algum grupo da sociedade pra tu achares que és diferente.
O que eu quero é parar de saciar a minha fome, ou melhor, minha gula, ingerindo coisas que eu admiro tanto, principalmente minha loucura.

Mão-boba

Pego uma mão usando a mão que para nada mais uso. As mãos quentes se tocam meio desajeitadas, meio nas pontas dos dedos como se fosse errado. Como roubar. Suam e se molham e se pregam, mesmo sem força. Mãos que a princípio seriam inúteis dão forças à criatividade. Agora que as mãos se largam, dá um certo alívio por conta do fim do embaraço que as mãos unidas davam. Dá pra respirar e pensar: pronto, a vergonha acabou. Mas é egraçado. Vergonha de quê? Vergonha tão inútil quanto as mãos tocadas eram a princípio. É tudo bobagem.

Gilma

Uma mistura de perfume barato com suor de quem trabalha vinte e quatro horas por dia cuidando de filhos que nem pariu, que nem gozou pra ter. Este foi o cheiro da minha infância. Cheiro da nêga que carrega um moleque em cada braço até esquecer que já esteve limpa. Subindo as escadas para obrigá-los a tomar banho. Uma luta. A dona do cheiro que marcou a minha vida sonhava em não tê-lo. Queria tomar banho a qualquer custo. As crianças não. Cansava de correr pela casa e procurá-los pelos cantos enquanto o suor lavava a lavanda de seu corpo. Por muitas vezes, quando finalmente conseguia um minuto de paz, chorava. E era essa água, a água das lágrimas que limpava seu corpo.