terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Mão-boba
Pego uma mão usando a mão que para nada mais uso. As mãos quentes se tocam meio desajeitadas, meio nas pontas dos dedos como se fosse errado. Como roubar. Suam e se molham e se pregam, mesmo sem força. Mãos que a princípio seriam inúteis dão forças à criatividade. Agora que as mãos se largam, dá um certo alívio por conta do fim do embaraço que as mãos unidas davam. Dá pra respirar e pensar: pronto, a vergonha acabou. Mas é egraçado. Vergonha de quê? Vergonha tão inútil quanto as mãos tocadas eram a princípio. É tudo bobagem.
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